segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Plantão: o primeiro de tantos que virão!

Fotografia: Elias Mello

Minha jornada começou cedo naquele dia. Eu, Rosmeri, já havia cumprido o meu turno de trabalho. Agora era a vez da Dra. Anne Stésica pôr em prática os conhecimentos besteirológicos.
Ansiedade? Claro! Estava lá comigo! Mas, a Dra. Anne precisava de mim e, juntas, damos um nó na tal ansiedade! Roupas, maquiagem, acessórios, enfim, a personagem estava composta. Então, “partiu plantão”.
Sabia do poder nato do palhaço de hospital em desordenar a lógica de um ambiente nada confortável. E da necessidade de transformar/alterar ideias e conceitos pré-estabelecidos culturalmente. Isto, para nós palhaços, é algo constante. E começa na chegada ao hospital, passa por todos os setores, até o final da visita.
Uma cuidadora nos aguardando para a visita ao paciente. Noutro quarto, uma senhora que, mesmo impossibilitada de falar por meio de palavras, manteve conosco uma bela trova.
Ah, e o sucesso do pijama de bolinhas da outra paciente, combinando com as vestes da Dra. Emma Róida. Entrou no jogo das Doutoras P, queixosa do roubo das bolinhas do pijama. E a Dra. Anne teve até oportunidade de falar alemão com a paciente do leito ao lado.
E vejam só! Dra. Anne Stésica recebeu, por parte de um paciente da ala pediátrica, a prescrição de um xarope especial para curar a “memória”. “Vai lá na farmácia... lá no centro... Já falei, meu nome não é Pedro, tu só tá errando meu nome!”
Na UTI, paciente em recuperação ansioso pela alta médica, planejando “um costelão gaudério” pro almoço do dia seguinte. Mas que barbaridade!
Enfim, entre danças, músicas, receituários, pacientes fragilizados pela enfermidade, mas também muitos sorrisos, cruzamos pelos opostos. A chegada e a partida nas suas múltiplas formas, se fizeram presentes. Horário de visitas, entra e sai das enfermarias, vai e vem nos corredores, internação e alta médica, o nascer e o morrer. O começo e o fim.
Dos pacientes e familiares destes, vieram elogios de todas as formas ao nosso trabalho. A maioria das pessoas neste ambiente adverso, percebem o quão importante é a nossa presença. O tanto que faz diferença, provoca mudanças física e mentalmente.
Fico imaginando...
Se geramos risos e sorrisos durante o plantão, quantas vezes mais os geramos depois, durante a recuperação do paciente? Ou mesmo depois deste paciente receber alta médica? E quantas reações surgem nos funcionários, enfermeiros, pessoal administrativo, recepção?
E o quanto eles nos transformam! Nós, Doutores P, não saímos imunes de um plantão. No intuito de contagiar, somos nós os contagiados.
Foi um plantão muito especial que lembrarei sempre e estará guardado em meu coração!

Rosmeri Menzel Lora

(Dra. Anne Stésica)

2 comentários:

Unknown disse...

Muito beeeeeem! O primeiro de tantos que virão. .. admiro teu talento desde sempre, e tenho orgulho de você estar participando deste seleto grupo de Doutores. Fazer o bem ao próximo, faz tão bem a nós mesmos. .. O pai está orgulhoso de ti, com certeza!

Ros disse...

Aiaiaiaiai... só agora vi teu comentário aqui!!!!! Te amo, mana!!!! Beijos